Governos e empresas no combate ao efeito estufa

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Resultados da 26a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), que acontece em Glasgow, Escócia, começam a se materializar. Nesta primeira semana, dois anúncios foram feitos durante a quarta-feira, 3/11.  Um deles em especial destaca o combate ao efeito estufa – a agenda da Conferência está disponível e pode ser acompanhada diariamente.

Em primeiro lugar, um consórcio formado por fundações filantrópicas e bancos de desenvolvimento informou sobre a criação de um fundo internacional no valor de US $10,5 bilhões. Os recursos serão usados para apoiar as chamadas economias emergentes a fazer a transição de combustíveis fósseis para outras fontes de energia renováveis, reduzindo, consequentemente, as emissões de gases diretamente relacionadas ao efeito estufa (GEE). Estima-se que essas entidades controlem, juntas, US $130 trilhões em ativos.

Lideres mundiais no combate ao efeito estufa

Os líderes mundiais também se comprometeram com a queda das emissões dos gases do efeito estufa. Eles anunciaram que vão, em conjunto, utilizar recursos públicos para alcançar as metas de emissão zero líquida, objetivo que deve ser alcançado até a metade deste século.

Os críticos afirmaram, no entanto, que os anúncios são uma espécie de véu, que serve para se sobrepor ao fracasso das ações desenvolvidas pelas nações para cumprir as próprias metas. Há, de acordo com esses críticos, um desvio do foco ao se anunciarem recursos para os países em desenvolvimento, como se esses fossem os principais responsáveis pelas emissões.

De acordo com levantamento do WRI Brasil, instituto de pesquisa que faz parte do World Resources Institute (WRI), instituição global de pesquisa com atuação em mais de 60 países, estão na lista das 10 nações que mais emitem gases responsáveis pelo efeito estufa Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, Alemanha e Japão. O instituto disponibiliza em seu site um gráfico dinâmico que acompanha online a emissão dos gases e a posição dos países nesse ranking às avessas.

De acordo com estudo realizado pelo Conselho Consultivo de Crise Climática (em inglês, Climate Crisis Advisory Group), uma das recomendações para que se consiga reduzir as emissões é a precificação do carbono de forma mais eficaz. O relatório, que foi divulgado no final de outubro – quarto de uma série de estudos realizados pelo Conselho -, recomenda “um preço mais alto do carbono, [a adoção] de um portfólio mais amplo de políticas que incentivem empresas em ações profundas de mitigação e, também, a distribuição das receitas do preço do carbono para países de baixa renda e populações mais vulneráveis”.

Aqui, no Brasil, no esteio da COP 26, o Senado aprovou projeto que neutraliza as emissões de gases do efeito estufa em 100%. A proposta, que prevê que o objetivo seja alcançado em 2050, é idêntica à anunciada pelo governo federal na semana anterior, mas ainda não oficializada. O texto aprovado no Senado ainda precisa ser votado na Câmara para se tornar lei.

Além da meta para 2050, o projeto atualiza a Política Nacional sobre Mudança Climática (PNMC), documento no qual estão os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris. O texto ainda inclui estratégias que visam apoiar e incentivar o desenvolvimento de pesquisas, negócios e produtos relacionados à chamada bio-economia.

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