Performance Ambiental e Reputação social empresarial

por | Meio Ambiente em Fusões e Aquisições

Com a tendência de aquecimento do mercado global de fusões e aquisições, NewFields Brasil convida especialistas para debater sobre a relevância das auditorias para medir a sustentabilidade empresarial.

Há quem diga que o “mar não está para peixe”. O ditado popular, interpretado a partir das perspectivas da economia e da política, significa que, até mesmo para os mais experientes e perspicazes, a conjuntura brasileira apresenta-se como um legítimo labirinto, cheio de armadilhas, ciladas e veredas sem saída. O fato é que os desafios são mesmo expressivos, mas o que demanda atenção também pode provocar o interesse dos investidores.

Vozes de peso do mercado acreditam no dualismo entre riscos e oportunidades. “Ao longo da história, após uma crise global, uma nova era de ideias teve início. Agora mesmo, temos a chance de decidir como deverá ser o renascimento do século 21.” A perspectiva leva a assinatura de Mark Curtis, managing director – interactive, head of innovation and thought leadership, e de Martha Cotton, managing director – interactive, fjord co-lead, global, ambos executivos da gigante Accenture, a maior empresa de consultoria do mundo, especializada em gestão, tecnologia da informação e outsourcing.

Há quem afirme que o berço dessa concepção é a cultura chinesa. Parece mesmo que ao caractere chinês weiji atribuem-se os significados perigo e oportunidade. Ao convocar a China, país de misticismo e mistérios, de tradições milenares – religiosas e filosóficas como o Taoísmo e o Zen -, berço de Confúcio e, atualmente, dono de uma economia que registrou impressionantes 7,9% de alta anual do PIB no segundo trimestre deste ano, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), a prescrição chega envolta no manto da irrefutabilidade.

Índice de atratividade

Atualmente, “muitas atenções estão voltadas para o Brasil por conta do crescente número de casos da Covid-19, instabilidade política, questões ambientais e crise econômica”, destaca reportagem publicada no portal Agência Brasil[1]. Ainda assim, o Brasil ocupa o 22º lugar na lista dos 25 países mais atraentes para investimento, segundo relatório do IED (Índice de Confiança do Investimento Estrangeiro Direto) da Kearney. Após ficar de fora da lista no ano passado, o país é a única nação da América Latina a compor a lista no ranking de 2020.

O Índice de Confiança do Investimento Estrangeiro Direto (IED) da Kearney é uma pesquisa anual feita com executivos das 500 maiores empresas do mundo. As classificações são calculadas com base em perguntas sobre a probabilidade de as empresas dos entrevistados fazerem um investimento direto em um mercado nos próximos três anos. A pontuação varia em uma escala de 1 a 3. No caso do Brasil, a pontuação apurada foi de 1,65. O ranking é realizado desde 1998.

Pelo oitavo ano consecutivo, os Estados Unidos lideram a lista como país mais atrativo para investimentos estrangeiros, seguido por Canadá, Alemanha, Japão e França. Completam a lista dos dez primeiros colocados, pela ordem: Reino Unido (6º), Austrália (7º), China (8º), Itália (9º) e Suíça (10º).

Fusões e aquisições

Outro indicador que chama atenção são as projeções para o mercado de Mergers and Acquisitions (fusões e aquisições, em inglês). O país deve encerrar 2021 com um número recorde de fusões e aquisições, de acordo com levantamento da PwC, união de consultorias multinacionais dedicadas à prestação de serviços em auditoria e asseguração, análise tributária e societária, avaliação de negócios e assessoria em transações.

levantamento, produzido a partir de conteúdo divulgado pela imprensa, revela que o volume de transações no país entre janeiro e março deste ano foi 104% superior à média correspondente aos anos de 2015 a 2019 (163 transações) e 50% superior ao mesmo período de 2020 (222 transações). A região Sudeste mantém 65% do interesse dos investidores e o estado de São Paulo concentra 50% das transações anunciadas.

                                                                                                                                  Fonte: PwC²

Na pauta do agitado mercado de M&A, vêm ganhando musculatura demandas que vão bem além das informações registradas nos balanços financeiros. Para Augusto Mercer Noce, mestre em Meio Ambiente Urbano e Industrial pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-PR) e com a Universität Stuttgart, da Alemanha, “há uma tendência internacional de que os investidores passem a olhar mais para a sustentabilidade […], com as empresas agora tendo que focar no ‘tripé da sustentabilidade’: lucro, pessoas e planeta (profit, people and planet, em inglês)”.³

Atenta aos sinais emitidos pelo mercado, a NewFields Brasil realizou no dia 22/09 a mesa-redonda O papel da temática ambiental na análise de investimentos. O evento, que aconteceu no formato virtual e síncrono em virtude dos protocolos de distanciamento social necessários ao enfrentamento da pandemia provocada pelo SARS-CoV-2, contou com a participação de Felipe Mendonça, managing director com 15 anos de experiência no mercado financeiro, atualmente baseado em Miami, e líder de desenvolvimento estratégicoda StoneX LatAm Wealth Management; Luís Pessoa, diretor Comercial e de Supply Chain do Grupo Maringá; e Rodrigo Figueiredo, sócio e diretor de Operações da NewFields Brasil, com experiência na liderança de projetos ambientais em todas as regiões do Brasil, América Latina e Estados Unidos. A mediação foi do também sócio e diretor da NewFields Brasil, Tiago Moura, CEO da empresa.

 

“O mercado brasileiro tem observado atentamente a ascensão do debate em torno dos critérios ESG [Environmental (Ambiente), Social (Social) e Governance (Governança Corporativa)], em investimentos, negócios e transações de fusões e aquisições. Este novo posicionamento revela a necessidade de preparação das organizações e dos investidores para riscos ambientais, judiciais e sociais”, afirma Tiago Moura. Ainda segundo o CEO da NewFields Brasil, “não poderíamos deixar de refletir sobre este tema. Acreditamos que é nossa missão gerar conhecimento sobre as temáticas de interesse de parceiros, fornecedores e clientes”.

“Considerar as questões ambientais, sociais e de governança, desde o início do processo, influencia completamente no tipo de decisão que será tomada pelo investidor, seja uma pessoa física ou jurídica. A informação objetiva e correta, gerada a partir de uma análise detalhada, detecta a real situação ambiental, social, econômica e jurídica de um empreendimento ou de um projeto. É o que denominamos Due Diligence; esse é o nosso core business”, completa o sócio-diretor da NewFields Brasil, Rodrigo Figueiredo.

A mesa-redonda está gravada, na íntegra, e pode ser acessada no link abaixo:

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Referência:

¹ “Brasil volta a ficar entre os mais bem avaliados em ranking global”. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-06/Brasil-volta-a-ficar-entre-os-mais-bem-avaliados-em-ranking-global

² Disponível em https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/assessoria-tributaria-societaria/fusoes-aquisicoes/2021/fusoes-e-aquisicoes-no-brasil-marco-21.html

³ Noce, A. M. Avaliação ambiental de empreendimentos de geração de energia elétrica a partir de fontes hidráulica e eólica no contexto de fusões e aquisições empresariais. Disponível em https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/41314

 

 

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